São insignificantes,
Redondos,
Perigosos...
Cobardes,
Hipócritas,
Obesos,
Sádicos...
Os segundos.
Passam sem se ver
Cada um deles uma tortura,
Amontoam-se e cuscam,
Riem-se do desconforto que causam.
Agigantam-se,
Sufocam,
Tornam-se mais fortes que o vento,
Na sua vigorosa vontade de tempo.
Enchem uma sala de paranóia,
Olhares constantes para o imutável
Que se transformam em desespero
E desdém pelo presente.
Porque não passa o tempo
E deixa que o sonho seja realidade?
Porque não fogem os segundos
Perante a minha raiva?
Porque não levam com eles esse rodar do mundo
E me mostram o futuro?
Abomino-os a todos.
Cada um deles é em mim
Assassino,
Espião
E traidor.
Quero que desapareçam,
Voltem para o infinito,
Me devolvam a paz,
O controlo
E me deixem voltar para o meu amor.
André Moreira
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