Páginas

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Mata-me esta solidão

Mata-me este frio,
Cortante e degradante
Que me fere e transtorna.

Mata-me este vazio,
Silêncio enervante
Que de lágrimas me adorna.

Perde-se no vento,
A voz que meus lábios deixou,
Implorando ao céu e aos infernos
Que a minha chama voltasse a arder,
Que o calor me voltasse a invadir
E ficasse para sempre feliz
Como fui, sou e hei-de ser
Neste e noutro tempo
Em que a distância já não seja
O abismo que me consome.

Mata-me esta solidão,
Pobre tristeza,
Que me leva ao desespero.

Mata-me a brusquidão
Com que esta poesia
Não é nada se não efémera...
Oh, se estivesses aqui!
Quantas mais coisas belas
Este meu coração te dizia.

André Moreira

Sem comentários:

Enviar um comentário