Mata-me este frio,
Cortante e degradante
Que me fere e transtorna.
Mata-me este vazio,
Silêncio enervante
Que de lágrimas me adorna.
Perde-se no vento,
A voz que meus lábios deixou,
Implorando ao céu e aos infernos
Que a minha chama voltasse a arder,
Que o calor me voltasse a invadir
E ficasse para sempre feliz
Como fui, sou e hei-de ser
Neste e noutro tempo
Em que a distância já não seja
O abismo que me consome.
Mata-me esta solidão,
Pobre tristeza,
Que me leva ao desespero.
Mata-me a brusquidão
Com que esta poesia
Não é nada se não efémera...
Oh, se estivesses aqui!
Quantas mais coisas belas
Este meu coração te dizia.
André Moreira
Sem comentários:
Enviar um comentário